
1.10.09
[..?..]
[..não cheguei nunca a perceber se houve porquês suficientes, se foi a distância dos sonhos entre as baínhas desta almofada puída que são os dias. duvido que chegue alguma vez a interessar a pergunta se a resposta não vem. assim, na ignorância dos dias, como uma venda demasiado lassa, o que fica é não estar, não estar nunca onde devia.

algures sobre o vagar pasmado do sena..]

algures sobre o vagar pasmado do sena..]
[..re-cor-dare..]
[..para que o devidro prometido não se quebre,
de volta aos lugares que, de preenchê-los de memória, entornam-nos de vida:

em busca de uma beleza que nos tome os sentidos e os não traga inteiros de volta.
Paris. Portanto..]
25.9.09
[..paris..]
[..em branco, como convém a todas as demonstrações de espanto. dar-se-á devida conta dos dias..]
6.9.09
[..Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias..]
"A tua presença"
"Eu já nada sinto
e afinal
eu gosto de não sentir nada
sozinho na calma das horas passadas
tão só numa outra quietude
num sossego tão só sossegado
e esquecido
eu me esqueça de mim
aos bocados
adormece-me um sono dormente
que aos poucos se apaga
um sonho qualquer
mas não me acordes
não mexas
não me embales sequer
eu quero estar mesmo como eu estou
quietamente
ausente
assim
a viagem que eu não vou
nunca chega até ao fim
é longe
longe
tão longe
que de repente tu chegas
tu brilhas e luzes
na cor das laranjas
tu coras e tinges
a mancha da marca
na alma da luz
da sombra que finges
e tu já não me largas
saudade
tu queres-me tanto
e se eu lembro
tu mexes comigo
tu andas cá dentro
à volta do meu coração
no meu pensamento
também
e por mais que eu não queira
tu queres-me bem
e desdobras os mundos em cores
e levas-me pela tua mão
cativando o meu corpo
a minha alma
a razão
só a tua presença
é que me inquieta
aquela outra ausência
dói
como um passado projecta
aquele futuro que se foi
p´ra longe
longe
tão longe
que nunca se acaba
esta inquietação
se evitas momentos
já quase finais
e ficas comigo
ainda e sempre
um pouco mais
tu nunca me deixas
saudade
tu nunca me deixas"
Um cantor para ler, um poeta para cantar.
"Eu já nada sinto
e afinal
eu gosto de não sentir nada
sozinho na calma das horas passadas
tão só numa outra quietude
num sossego tão só sossegado
e esquecido
eu me esqueça de mim
aos bocados
adormece-me um sono dormente
que aos poucos se apaga
um sonho qualquer
mas não me acordes
não mexas
não me embales sequer
eu quero estar mesmo como eu estou
quietamente
ausente
assim
a viagem que eu não vou
nunca chega até ao fim
é longe
longe
tão longe
que de repente tu chegas
tu brilhas e luzes
na cor das laranjas
tu coras e tinges
a mancha da marca
na alma da luz
da sombra que finges
e tu já não me largas
saudade
tu queres-me tanto
e se eu lembro
tu mexes comigo
tu andas cá dentro
à volta do meu coração
no meu pensamento
também
e por mais que eu não queira
tu queres-me bem
e desdobras os mundos em cores
e levas-me pela tua mão
cativando o meu corpo
a minha alma
a razão
só a tua presença
é que me inquieta
aquela outra ausência
dói
como um passado projecta
aquele futuro que se foi
p´ra longe
longe
tão longe
que nunca se acaba
esta inquietação
se evitas momentos
já quase finais
e ficas comigo
ainda e sempre
um pouco mais
tu nunca me deixas
saudade
tu nunca me deixas"
Um cantor para ler, um poeta para cantar.
20.8.09
[..estreia..]
[..qual é o sabor dos dias antes de amanhecerem? ou os sonhos dos lençóis estendidos de fresco? às pequenas coisas que nos constroem o sonho - com a desilusão expectante em volta - dificilmente lhes mordemos o íntimo. e assim, no perpétuo recomeçar, a antevisão das rotinas espreita, desafiando, perpétua, a vontade de inaugurar cada vez o íntimo sabor dos dias. de novo: alea jacta est. papel em branco, é o que é..]
16.8.09
[..só porque sim, e com tantos motivos em torno..]
[.."Você tem razão - disse-lhe. -Perdoar é compreender." J.E. Agualusa in Barroco Tropical, absolutamente a não perder..]
[..erguendo a cabeça entre as linhas das leituras de verão..]
[..é um suave passajar, mais que estar e ir indo entre os calores gotejados do verão, e, no entanto, a velocidade do tempo parece ela mesmo cheia de pressa. gasta-se os dias, afinal, na espera do que não parece chegar nunca. verão, se estiverem de olhos atentos..]
30.6.09
25.6.09
16.6.09
1.6.09
12.5.09
[..Sá de Miranda a seu irmão Mem de Sá..]

"Em quanto de uma esperança
em outra esperança andais,
fazer-vos quero lembrança
como é leve e não se alcança,
que sempre adiante é mais.
Cuidais que sois já com ela;
quando vo-lo mais parece
e quereis lançar mão dela,
mete remos, mete vela,
vai rindo, e desaparece.
Mas não sofre o coração
soltá-la assi levemente,
tamanha deleitação.
Ah! que a tinha na mão,
se fora mais diligente."
[..ilustrada pelo sol e as sombras do setembro de Paris..]
6.5.09
[..estórias da história..]
[..a reconstrução da memória faz-se do que deixamos escapar no vagar dos dias. do que não temos pena que se perca de nós, para ir ser memória de outros, um futuro novo..]

21.4.09
Voxpop5
[.."tínhamos uma tendência incorrigível para ver em cada acontecimento um símbolo e um sinal." Primo Levi, Se isto é um Homem..]

2.4.09
21.3.09
[..porque hoje é o dia..]
"Que é isto? Onde me lançou
esta tempestade má?
Qu'é de mi, se não sou lá,
e cá comigo não vou?
Inda que me eu cá não via,
tudo vos confessarei:
onde a vós e a mi deixei
cuidava que me acharia;
agora quem, donde estou,
novas de mi me trará?
Pois dizeis que não sou lá,
não sei sem mi onde vou."
Sá de Miranda
esta tempestade má?
Qu'é de mi, se não sou lá,
e cá comigo não vou?
Inda que me eu cá não via,
tudo vos confessarei:
onde a vós e a mi deixei
cuidava que me acharia;
agora quem, donde estou,
novas de mi me trará?
Pois dizeis que não sou lá,
não sei sem mi onde vou."
Sá de Miranda
Subscrever:
Mensagens (Atom)