12.5.09

[..Sá de Miranda a seu irmão Mem de Sá..]



"Em quanto de uma esperança
em outra esperança andais,
fazer-vos quero lembrança
como é leve e não se alcança,
que sempre adiante é mais.

Cuidais que sois já com ela;
quando vo-lo mais parece
e quereis lançar mão dela,
mete remos, mete vela,
vai rindo, e desaparece.

Mas não sofre o coração
soltá-la assi levemente,
tamanha deleitação.
Ah! que a tinha na mão,
se fora mais diligente."

[..ilustrada pelo sol e as sombras do setembro de Paris..]

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